07 maio, 2012

LIVRO DE RECLAMAÇÕES

Sou extremamente boa pessoa (como já aqui o disse) mas, por favor, não mexam comigo.

Pela 1ª vez na minha vida pedi o livro de reclamações.... E que nervos que eu tinha.

Foi assim mais um dos episódios tristes da minha vida:
Logo de manhã vou eu a caminho de Braga de autocarro para ir ao (meu querido) centro de emprego, pois só lá é que me resolviam o que eu queria.
Entro no autocarro e pago 0.85€ a mais do que aquilo que costumo pagar. Questionei o bus driver mas ele disse-me que era o preço que marcava. "Foi um aumento bem grande, mas pronto", pensei.
Estava cheia de sono e ainda dormi um pouco pelo caminho.
Quando acordo estava não sei onde. Quer dizer, olhei bem e percebi onde estava mas... é suposto virmos por aqui?
Toda a gente saiu e eu pensei: "Uau, ninguém quer ir para Braga"
O motorista dá a volta e desliga o autocarro.
"Desculpe, não vai para Braga?"
Pelos vistos, não tinha dado conta que eu ainda estava dentro do autocarro.
"Não menina, o autocarro para aqui, blablabla, blablabla, agora tem de apanhar um para Braga"
"Desculpe?? Onde?"
Fui com ele ao escritório da empresa que era do outro lado da rua e perguntou à senhora onde podia apanhar o bus:
"Tem de ir apanhar o autocarro que é em frente à CGD. Mas agora só tem às 11:30"
1h 30m depois, portanto.
Fiquei fuuula!
Um senhor que estava ao lado lá me explicou onde era a tal CGD. Obrigada senhor, que foi mais simpático.

Fui-me embora mas sem antes resmungar com o motorista que parecia deficiente (nunca uso esta palavra mas acho que desta vez é perfeita para a situação). Que parvinho!

Estava cheiinha de nervos, jasus. Não sabia o que fazer no meio daquilo que é considerado vila mas que para mim é nada. "Não vou ficar aqui 1h30m numa terrinha que me enerva."
Perguntei a alguém onde podia apanhar o autocarro de regresso e dirigi-me lá. Não aguentei mais e chorei. Chorei, chorei, chorei. Chorei pelas ruas como uma desalmada. Se calhar sou mimalha, mas sou assim. 

Não sabia a que horas havia autocarro e não estava com muita paciência para esperar. Então telefonei à mamã. Coitadinha, lá me foi buscar à terra desconhecida. Fartei-me de chorar a manhã toda. E saber que ia "aturar" 6 criaturas de tarde.

De volta à minha cidade, vou à central de autocarros de peito cheio.
Raiva atrás de raiva, palavra atrás de palavra, reclamação atrás de reclamação. Devolveram-me a totalidade do preço do bilhete e desculparam-se, dizendo que o motorista era novo no trabalho. 
"Não quero saber. Livro de reclamações."

Enquanto eu escrevia o tal parvinho ficava ao corrente da situação porque a mulher que me atendeu telefonou-lhe.

Muito mais para contar mas não iria sair daqui tão cedo...!